sábado, 3 de julho de 2010

Espanha entrega presidência da UE

Em meio a uma crise econômica, política e até social, a Espanha entregou nesta quarta-feira a presidência rotativa da União Europeia. Depois de seis meses no comando, que passa agora à Bélgica, o país ibérico contabiliza alguns erros e acertos desta que foi a sua quarta gestão à frente do bloco, a primeira depois da entrada em vigor do Tratado de Lisboa.
Um novo governo econômico para a União Europeia foi o principal legado da presidência espanhola, na avaliação que o ministro de Assuntos Exteriores do país, Miguel Angel Moratinos, fez ao entregar o balanço da gestão, na noite desta quarta-feira em Madri.
Mas o governo de José Luis Rodriguez Zapatero também deixou alguns buracos nesta gestão, que a imprensa do país classificou esta semana de “tormentosa”. Foi o caso do cancelamento das cúpulas com os Estados Unidos e com países do Oriente Médio, por não dar as bases para um acordo de paz na região. A Espanha também não conseguiu fazer com que seus sócios europeus decidissem sobre uma eventual reabertura do diálogo diplomático com Cuba, um dos objetivos desta gestão. Mas celebrou a volta das conversas para um acordo de livre comércio com o Mercosul.
A crise econômica, no entanto, foi a grande protagonista do turno espanhol à frente da União Europeia. Neste período, a economia da Grécia quase afundou e o euro passou pelas maiores perdas desde sua criação.
O secretario espanhol para a União Europeia, Diego López Garrido, reconheceu que contornar as turbulências europeias foi uma das maiores dificuldades. “Chegamos à beira do abismo, mas conseguimos com isso demonstrar a fortaleza da Europa”, disse Garrido na segunda-feira, após reunir-se com seus homólogos da Bélgica e Hungria. Os três países dividem um turno de um ano e meio da presidência do bloco.
No plano interno, o período também foi conturbado para o país, que conheceu sua pior taxa de desemprego desde a reabertura econômica, de mais de 20% da população economicamente ativa. Nas últimas semanas, enfrenta uma série de manifestações e greves – uma delas nesta quarta-feira, do metrô de Madri – por causa do plano de ajuste fiscal anunciado por Zapatero em maio. Se acalmou os mercados e os sócios europeus, o plano significou internamente o fim da chamada paz social que a Espanha conseguia manter até então.

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