domingo, 7 de novembro de 2010

Beijo gay e protestos recebem papa na Espanha


Um beijo coletivo de 500 casais gays foi a maneira com a qual a Espanha recebeu o papa Bento XVI em sua visita ao país neste fim de semana.
Mas não foi só o beijaço que esperava Joseph Ratzinger. O papa encontrou também uma Espanha bem menos católica que da última vez que pisou por aqui, em 2006. Os católicos ainda são maioria: 73%, segundo o Centro de Investigações Sociológicas. Mas encolheram cerca de 1,5% ao ano desde 2005.
O retrato desses números esteve nas ruas nos últimos dias, onde manifestantes protagonizaram uma série de atos para protestar contra a vinda do papa (incluindo o beijaço gay, que aconteceu na frente da igreja da Sagrada Família, em Barcelona, onde Bento XVI rezou missa. Criaram até uma plataforma, chamada "Eu não te espero", que reuniu nada menos que 60 organizações contra a visita do papa.
Eles criticaram o tratamento de chefe de Estado que dado a Joseph Ratzinger e, principalmente, os gastos do governo e da igreja católica espanhola com a visita, que chegam a 600 mil euros. Também exigem do papa uma posição com relação aos abusos sexuais dentro da igreja.
Protestos à parte, o papa aproveitou a visita para alfinetar as recentes políticas liberais do governo de José Luis Rodriguez Zapatero, principalmente a flexibilização do aborto e a permissão do casamento gay. Em seu discurso em Barcelona, Bento XVI pediu que a Espanha deixe de legislar pela legalização do aborto e proteja o casamento heterossexual.
Durante a missa, o papa também consagrou o templo da Sagrada Família como basílica. Projetado pelo arquiteto Antonio Gaudí, que dedicou os últimos 15 anos de sua vida exclusivamente ao projeto, a igreja começou a ser construída no fim do século XIX. Hoje, é a marca da cidade de Barcelona, com seus traços modernos e disformes, característicos de Gaudí.
Atendendo à reivindicação de grupos nacionalistas da Catalunha, o papa rezou trechos da missa em catalão, revezando com o espanhol e o latim. Mas, como queriam os independentistas, não se manifestou sobre a autonomia da região.
Antes da missa, ele se reuniu em privado com os reis da Espanha em um encontro privado. No fim da tarde, no aeroporto, Bento XVI também se encontrou por 10 minutos com o chefe de governo, José Luis Rodríguez Zapatero, que não participou dos eventos oficiais do papa.
No sábado, em sua primeira parada no país, em Santiago de Compostela, o papa pediu diante de 200 mil pessoas que a Espanha renove a sua fé católica, numa estratégia para tentar segurar a queda de fieis no país.

2 comentários:

marcelo alves disse...

É impressionante como esse papa é rejeitado por muita gente no mundo.

Denys Félix disse...

O Papa é amado. Muito amado por sua Igreja. Pena que os que não aceitam as doutrinas da Igreja, quiram a todo custo que o Papa e a sociedade os bajulem. Não somos obrigados a aceitar o que não achamos correto ou mesmo o que não está certo. Viva Cristo, Viva a Igreja e Viva o Santo Padre!